Palácio Toscano

Depois de uma demorada e maravilhosa visita ao Castelo de Praga não há nada mais relaxante do que ficar por ali sentado a apreciar a excelentes vistas da cidade de Praga. É um enorme tapete de telhados vermelhos que se estende pelas colinas pontuados pelas 1000 cúpulas que dizem ter, não as contámos mas ficámos a achar também que sim.

Palácio Schwarzenberg

Bem antes de nos embrenharmos pelas ruas que circundam o castelo decidimos explorar a elegante praça que se encontra logo à saída do portão principal. Aqui reina uma atmosfera mais calma apesar de haver turistas por tudo quanto é lado e os magníficos palácios que ladeiam esta praça dão-lhe um toque bem elegante.

É impossível não reparar no exótico Palácio Schwarzenberg, uma construção em estilo Renascentista elegantemente decorado com um elaborado sgraffito que hoje é um espaço de exposições da Galeria Nacional.

Um pouco mais adiante não resistimos ao apelo de um lindo edifício barroco (já vos disse que adoro barroco?) e meio sem querer descobrimos a Igreja Nossa Senhora do Loreto um dos locais de peregrinação mais importantes de toda a Boémia.  Esta deslumbrante igreja barroca foi construída ao redor da réplica da casa da Virgem Maria (a original está em Itália) onde supostamente ocorreu a anunciação no ano de 1626. O interior singelo da casa contrasta com a sua fachada bem ornamentada assim como a exuberante igreja da Natividade com as suas relíquias sinistras como os 2 esqueletos vestidos com máscaras de cera! A visita custa 150 CZK e é daquelas que vale a pena conhecer se tiverem um pouco mais de tempo.

Igreja da Natividade com a sua torre e carrilhão de 30 sinos

Mas é aos pés do Castelo e destas imponentes construções que se estende Malá Strana ou a Cidade Pequena de Praga foi fundada em 1257sendo o bairro residencial da nobreza onde ainda resistem as mais belas casas da cidade rodeadas de elegantes jardins.

Vindos do castelo é através de uma enorme escadaria que entramos no coração de Malá Strana e começamos a perceber que por estes lados reinava o luxo e o requinte com os seus espectaculares edifícios barrocos que brotam a cada esquina na tentativa de mostrarem toda a sua beleza.

Assim que começamos a penetrar pelo bairro chamou-nos à atenção a elegância dos brasões que ornamentam as casas, há-os de todas as cores e feitios, dos mais variados motivos que vão desde santos até animais e vegetais, serviam noutros tempos para identificar o proprietário da casa ou a função à qual se dedicava além de obviamente dar aquele toque de charme às já elaboradas fachadas.

Rápidamente encontrámos a Rua Nerudova, a principal artéria do bairro cujo principal atractivo são as fachadas dos seus edifícios, o colorido das casas dá um ambiente quase festivo à rua lembrando os tempos do exagero e da pompa que se viviam nos séculos XVII e XVIIII. Hoje a rua está repleta de hotéis charmosos e bons restaurantes mas em nada perdeu a elegância doutros tempos e é actualmente a área melhor preservada da cidade que não tem construções novas nos últimos séculos.

Deixámo-nos perder pela elegancia do bairro, em apreciar os detalhes quando somos presenteados com a Praça de Malá Strana e uma das mais belas construções de toda a cidade. A Igreja de São Nicolau é considerada uma das obras primas do Alto Barroco, terminada no ano de 1761 nenhum dos artista que a projectaram a pôde ver concluída, mas hoje em dia podemos apreciar toda a delicadeza de obras de arte como os seus frescos, a enorme cúpula de bronze ou o monumental órgão de 2500 tubos o qual teve a honra de ser tocado por Mozart. Para os mais atletas há sempre a possibilidade de subir os muitos degraus da torre do sino e ver do alto o charmoso bairro de Malá Strana.

Malá Strana é um daqueles poucos lugares no mundo em que dá vontade de nos perdermos e passear sem rumo e foi com esse espirito que nos deixámos guiar pelo prazer de passear naquele lugar. Ficámos com a certeza de que muito não vimos mas a experiência de fechar o guia turístico e andar sem rumo valeu cada passo dado e deixou ainda mais vontade de um dia voltar.

O rio Vltava já se deixava ver entre as ruas e em poucos passos voltámos a encontrar a nossa querida Ponte de Carlos e a entrar no bulício da cidade antiga, num final de tarde que pedia uma boa cerveja checa.