A ideia era simples: dar um passeio de barco pela costa do Sal, ir à pesca num barco com casco de vidro! Essa era a ideia mas que na realidade não correu bem assim!
Toda esta aventura começou no porto da vila de Palmeira onde uns barcos de madeira nos levaram a uma embarcação amarela fundeada já no mar e que nos ia levar a passear pela costa da ilha. O pessoal lá se acomodou e partimos através das outras embarcações onde o mar e a vida seguiam, como sempre, calmas.
Armados em grandes pescadores, lançámos os anzóis ao mar na esperança de pescar um grande atum (quem sabe um tubarão!) mas a nossa sorte não ditou mais que umas pequenas sardinhas. O barco teimava em prosseguir o seu percurso mas a força das ondas fazia com que este abanasse de forma cada vez mais intensa. Não era preciso muito mais para os passageiros começarem a rezar pela vida e a ver no que a coisa ia dar!
Como espíritos que se apoderam das fracas almas, uma onda de náusea e enjoo foi-se apoderando dos passageiros e a Marta (que nunca foi dada a aventuras nem de carro nem de barcos) decidiu abrir as hostilidades… Não vos conto grandes pormenores mas acreditem que aquilo parecia uma sessão de exorcismo colectivo e uma tal senhora de cabelo ruivo creio que nunca mais vai esquecer o penteado que a Marta lhe proporcionou!
O barquinho ainda parou de navegar numa tentativa de acalmar os estômagos e estabilizar, aproveitei a deixa e desci ao convés para apreciar o fundo marinho através do casco de vidro, mas não deu, até eu que nunca passei mal estava oficialmente para lá de nauseado!
A coisa estava oficialmente a ficar bem preta, já ninguém sentia coragem em dar a volta ao resto da ilha muito menos sabendo que ainda faltava a viagem de regresso!! A única solução, de acordo com o capitão, era um mergulho no oceano. Sem esperar muito mais, todo o mundo atirou.se literalmente ao mar, crianças e idosos, com e sem coletes salva-vidas! Fora remédio santo e o pessoal que até então parecia uma excursão de zombies estava já bem mais animado. Permanecemos de molho por cerca de uma hora e nem os enormes atuns que passavam rapidamente debaixo dos nossos pés nos deteram deste banho revigorante.
Era então hora de regressar ao porto de Palmeira e escusado será dizer que novamente passamos pelo tormento de enjoo e mais ondas!!
Sem mais condições físicas para aguentar qualquer outro tipo de emoção o desembarque foi quase como chegar à terra prometida, e enquanto esperamos a hora da chegada do bus para o regresso ao hotel ainda houve tempo de novamente apreciar a vida do porto (de onde não devíamos ter saído) e recompor a compostura!