Impossível não confundir a imagem de Roma com a do próprio Coliseu, aliás impossível pensar nas grandes obras feitas pelo homem sem que aquele enorme edifício nos salte à mente. O Coliseu é sem sombra de dúvidas o símbolo de Roma, da Roma imperial até à actual e não é à toa que todos os dias multidões rumam para o visitar.
Certamente que a imagem do Coliseu já deve ter surgido pelo menos uma vez na vida a qualquer pessoa, dos manuais de história, aos documentários na televisão ou a qualquer fotografia da capital italiana ninguém lhe é indiferente e a importância que teve na civilização romana e na história da humanidade justificam a visita a este magnifico monumento.
Na nossa primeira visita a Roma foi o Coliseu o primeiro contacto que tivemos com a história antiga da cidade, apesar de termos contado com um guia excelente que nos fez sentir uma verdadeira paixão por aquele lugar a visita ao seu perímetro exterior soube a muito pouco, não que conhecer aquelas milenares paredes por fora seja pouco, mas a curiosidade de saber o que se escondia no seu coração e como aquele colosso ainda estava de pé foi mais forte e no nosso regresso era impossível não conhecer o seu interior.
O Coliseu de Roma é o maior anfiteatro construída durante o império Romano, a sua construção teve início no ano de 72 D.C. sob o comando do imperador Vespasiano, impressionantemente a sua construção durou 8 anos e foi inaugurado no ano 80 já sob o governo de seu filho o imperador Tito. Em homenagem à dinastia que o mandou construir o seu nome é Anfiteatro Flaviano deve o nome de Coliseu ao Colosso de Nero que existia no local onde foi construído que era o antigo palácio do implacável imperador Nero, quanto história num só lugar!
Diante daquele colosso foi-nos impossível pensar como há quase 2000 anos se construiu algo daquele tamanho, são mais de 180 por 150 metros e outros 57 de altura daquela arena oval que conseguia abrigar cerca de 80 mil pessoas para assistir aos mais sangrentos e espetaculares espectáculos da Roma Antiga. Muitas cabeças (e outros membros) rolaram na arena do Coliseu, durante vários dias haviam jogos de gladiadores, lutas contra animais exóticos, recriação de batalhas e até batalhas navais (sim o Coliseu podia ser inundado!!) e perseguições que animavam o povo que enchia o gigantesco anfiteatro e conta-se que perderam a vida naquelas lutas 500 mil humanos e mais de um milhão de animais! O tempo foi implacável com o monumento mas incrivelmente conseguiu chegar até aos nossos dias e proporcionar aos seus visitantes uma verdadeira viagem no tempo que obviamente não quisemos perder.
Quase que madrugámos naquele dia na ansia da visita mas naquela vespertina hora do diaba imensas filas se formavam nas portas do Coliseu como se ainda hoje em dia houvessem ainda jogos de gladiadores. A demanda turística para o visitar é alta e por segurança dos visitantes são só permitidos 3000 no seu interior depois de um fortíssimo controlo de segurança, já dispúnhamos dos ingressos previamente e mesmo assim aceder ao seu interior é demorado e não poderíamos ter entrada mais épica naquele recinto, a Marta decidiu passar mal no controlo raio-x e assim que se viu liberada pela segurança começou a correr feita louca pelos corredores em busca de um wc tal vítima de um duelo que foge de um leão ainda mesmo sem chegar na arena.
Pormenores à parte decidimos iniciar a nossa visita pelo segundo anel do anfiteatro, no seu interior o Coliseu é simplesmente colossal, as arquibancadas que se estendiam em 3 anéis agrupadas por classes sociais já não existem, hoje ficam expostos os pilares que as sustentavam e mesmo assim são impressionantes. Só no seu interior somos capazes de perceber quão grande e espetacularmente alto é o Coliseu, imaginar milhares de pessoas em êxtase perante aqueles sangrentos e violentos jogos e achar que a qualquer momento um fera irá invadir o recinto para loucura dos milhares de turistas que espreitam por todas as aberturas.
É possível percorrer quase a totalidade do perímetro e engana-se quem acha que é uma visita monótona, em cada canto perduram pormenores daquela impressionante construção que nos fizeram perder a noção do tempo e nos arcos da fachada exterior as vistas para o Fórum Romano são de cortar a respiração.
Ao longo das galerias que noutros tempos conseguiam evacuar a plateia em 3 minutos hoje existe uma exposição permanente com artefactos arqueológicos, maquetas de como era o Coliseu nos seus tempos de glória e toda uma galeria de estátuas que decoravam a fachada de mármore do edifício.
A visita standard ao Coliseu incluiu o 2 anel das arquibancadas e o piso térreo bem junto da arena e foi aqui que sentimos o quão esmagador pode ser. A enorme arena rodeada pelas altíssimas bancadas são uma visão impressionante, como seria esmagador ser o centro da atracção sob o olhar de milhares de espectadores num encontro cara a cara com a morte!
A arena que servia de palco às inúmeras batalhas hoje já não existe mas sua ausência permitiu que se consigam ver os alicerces do Coliseu, as celas onde prendiam as feras antes das lutas, os elevadores que as traziam até à arena e até do sistema de irrigação que a permitia inundar, infelizmente a visita ao subsolo e à parte restaurada da arena não está incluída no bilhete normal.
Aos poucos a visita ia chegando ao fim, o Coliseu de Roma não defraudou as nossas expectativas é tudo aquilo que imaginávamos desde a primeira vez que o vimos há alguns anos, é imponente, é colossal carrega em cada pedra todo o peso da história de um povo, visitar o Coliseu foi definitivamente um momento único em Roma e que jamais esqueceremos.
Onde fica: Piazza del Colosseo
Quanto custa: 12€
Horário: Todos os dias das 8h30 até às 19h (varia conforme estação do ano)
Como chegar: Metro, estação Colosseo
Gostaria imenso de visitar. Por enquanto contento-me com o coliseu de Mérida, que é o que mais se aproxima e o qual recomendo muito. Obrigada pela partilha.
Obrigado pela visita,
Mérida tem umas ruinas romanas espetaculares e o teatro chega a fazer inveja às de Roma, faz anos que não lá vamos e acabou de dar uma optima ideia para revisitar e posteriores postagens aqui no blog