Valladolid é uma charmosa e encantadora cidade bem ao estilo colonial no coração o México, vizinha de locais imperdíveis como Chichén Itzá ou do espetacular Cenote Ik-Kil é uma paragem perfeita no coração da selva e uma verdadeira viagem no tempo e à alma mexicana.
Fundada em 1543, ganhou o mesmo nome da cidade espanhola de Valladolid (não sabemos a razão, mas no México muitas cidades têm o mesmo nome das da antiga metrópole) é hoje uma pequena cidade no percurso das ruínas mais famosas do país e usada como cidade-base nessas incursões e por esse motivo certamente acabarão por vir a conhece-la.
Uma tarde foi o que reservámos para explorar este pitoresco local e escusado será dizer que soube a muito pouco. Valladolid recebe com alegria no rosto, um cenário quase saído de novelas de Jorge Amado, uma enorme igreja diante de um lindo jardim e muitas casinhas de cores garridas onde a vida corre a outro ritmo.
Das várias igrejas espalhadas por Valladolid mais nenhuma se destaca como a de São Gervásio, construida com a fundação da cidade e de dimensões bem impressionantes tem ar de ser o coração espiritual daquelas gentes, o seu interior austero conserva ainda imagens do século XVI só a sua fachada é que é provavelmente a construção mais nova pois lá pelo século XVIII depois de um assassinato sangrento foi mudada para norte com as torres que hoje dominam a cidade.
Não é preciso andar muito para ficar rendido ao charme da praça central da cidade ou com o ser respectivo nome Parque Francisco Cantón Rosado. Bem diante da igreja abre-se este pequeno mas movimentado parque, bem ao sabor das cidades do interior com seculares árvores que dão sombra aos bancos brazonados, uma fonte central que refresca do calor tórrido dos trópicos, velhos que jogam cartas, crianças que correm, vendedores ambulantes de pipocas e algodão doce, a banda filarmónica que ensaia e dá música a todo este delicioso ambiente que nos faz querer ficar mais um pouco e pensar porque não aproveitamos este mesmo ambiente nos parques e jardins que por cá ainda resistem ao tempo!
Mas Valladolid é muito mais que a sua igreja e praça, é a fabulosa arquitectura colonial, são os restaurantes de sabores picantes, as lojas de artesanato, o quotidiano de vidas simples brindados com uma Corona ao final do dia que teve de ser interrompida por uma tempestade daquelas de cair o céu e nos fez ir embora com sabor a pouco mas que trouxe recordações da infância e a nostalgia de outros tempos.